Musical, que foi indicado ao Prêmio Shell, denuncia um grande esquema de tráfico sexual no auge do ciclo da borracha
Denunciando um grande esquema de tráfico sexual durante a belle époque manauara, quando a capital do Amazonas colhia a glória, o dinheiro e os vícios proporcionados pelo ciclo da borracha, o elenco da companhia Ateliê 23 chega agora à Mostra Lucia Camargo com o musical “Cabaré Chinelo”. As sessões acontecem nos dias 30 e 31 de março, respectivamente às 20h30 e às 19h, no Guairinha.
O espetáculo foi indicado ao Prêmio Shell de 2024, pela seleção do Júri de São Paulo, na categoria “Energia que vem da gente”.
“Na verdade, a belle époque foi produto de alguns poucos homens que detinham poder e dinheiro, e que fizeram com que a cidade fosse uma espécie de cartão-postal, mas, por trás disso, havia muito suor e sangue”, comenta o diretor Taciano Soares.
“Essa é uma história real que, inclusive, se perpetua até hoje. No centro de Manaus, as ruas ao redor do Hotel Cassina, onde era o Cabaré Chinelo, ainda sustentam mulheres prostituídas em condições sub-humanas, herança direta daquele período e do modo pelo qual os homens trataram os corpos e as vidas das mulheres.”
A montagem é inspirada na pesquisa do historiador Narciso Freitas e propõe ao público um mergulho nas primeiras duas décadas do século 20, por meio de recortes de jornal.
“Esse material está presente no programa do espetáculo e ficará disponível em QR code para a plateia”, explica Taciano. “Em algumas cenas, o público será convidado a abrir o arquivo e ler junto com a gente o que foi narrado pelos jornais.”
“Esses periódicos foram fundamentais para entender como tudo se dava, porque foi por meio das manchetes que tivemos acesso aos nomes dessas mulheres, suas personalidades e a essas histórias tão tristes”, comenta.
“Outra questão dessa pesquisa são as ISTs, infecções sexualmente transmissíveis vinculadas à presença das prostitutas e registradas em fichas de cadastro de saúde, que também vamos distribuir para a plateia. São documentos em que constam nome, origem e em que o termo ‘deflorada’ é usado para se referir à primeira vez das vítimas”.
O projeto, em parceria com a companhia de teatro argentina García Sathicq, tem apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), além da Fundação Nacional de Artes (Funarte) e do Fondo de Ayudas para las Artes Escénicas Iberoamericanas – IBERESCENA.
A Mostra Lucia Camargo é apresentada por Banco do Brasil, Sanepar e Tradener - Comercialização de Energia, com patrocínio de EBANX, Banco CNH Industrial e New Holland, ClearCorrect, Copel – Pura Energia, Brose, UNINTER e GRASP.
Acompanhe todas as novidades e informações
pelo site do Festival de Curitiba
www.festivaldecuritiba.com.br, pelas redes
sociais disponíveis no Facebook @fest.curitiba, pelo
Instagram @festivaldecuritiba e pelo Twitter @Fest_curitiba.
Serviço
“Cabaré Chinelo”
Mostra Lucia Camargo – 32º Festival de Curitiba
Datas: 2 e 3 de abril, às 20h30
Local: Teatro Zé Maria
Classificação: 18 anos (contém cenas de nudez)
Duração: 100 min
Gênero: musical
Ficha técnica
Direção: Taciano Soares
Co-direção: Jazmín García Sathicq
Dramaturgia: Eric Lima e Taciano Soares
Elenco: Allícia Castro / Ana Oliveira / Andira Angeli / Bruna Pollari
/ Daphne Pompeu / Eric Lima / Fernanda Seixas / Julia Kahane / Sarah Margarido
/ Taciano Soares / Thayná Liartes / Vanja Poty / Vivian Oliveira
Stand-in's: Amanda Magaiver / Grazi Dias / Iely Costa / Naomi Tokutomi
Direção musical e Coreografia: Eric Lima
Banda e Arranjos: Guilherme Bonates / Stivisson Menezes / Yago Reis
Assistência de direção: Carol Santa Ana / Eric Lima
Assistência musical: Guilherme Bonates / Sarah Margarido
Preparação corporal: Viviane Palandi
Preparação vocal: Krishna Pennutt
Cenografia: Juca Di Souza
Figurino: Melissa Maia
Iluminação: Tabbatha Melo
Operação de luz: Lore Cavalcanti
Maquiagem e Cabelo: Eric Lima e Taciano Soares
Bilheteria e técnica de palco: Titto Silva
Pesquisa histórica: Narciso Freitas
Fotografia e vídeo: Hamyle Nobre / Rudá Marques
Identidade visual: Eric Lima
Produção: Ateliê 23
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada,por nos deixar sua opinião.