segunda-feira, 1 de abril de 2024

“Cabaré Chinelo” mostra o outro lado da belle époque em Manaus

  

Musical, que foi indicado ao Prêmio Shell, denuncia um grande esquema de tráfico sexual no auge do ciclo da borracha


Denunciando um grande esquema de tráfico sexual durante a belle époque manauara, quando a capital do Amazonas colhia a glória, o dinheiro e os vícios proporcionados pelo ciclo da borracha, o elenco da companhia Ateliê 23 chega agora à Mostra Lucia Camargo com o musical “Cabaré Chinelo”. As sessões acontecem nos dias 30 e 31 de março, respectivamente às 20h30 e às 19h, no Guairinha.

O espetáculo foi indicado ao Prêmio Shell de 2024, pela seleção do Júri de São Paulo, na categoria “Energia que vem da gente”.

“Na verdade, a belle époque foi produto de alguns poucos homens que detinham poder e dinheiro, e que fizeram com que a cidade fosse uma espécie de cartão-postal, mas, por trás disso, havia muito suor e sangue”, comenta o diretor Taciano Soares.

“Essa é uma história real que, inclusive, se perpetua até hoje. No centro de Manaus, as ruas ao redor do Hotel Cassina, onde era o Cabaré Chinelo, ainda sustentam mulheres prostituídas em condições sub-humanas, herança direta daquele período e do modo pelo qual os homens trataram os corpos e as vidas das mulheres.”

A montagem é inspirada na pesquisa do historiador Narciso Freitas e propõe ao público um mergulho nas primeiras duas décadas do século 20, por meio de recortes de jornal.

“Esse material está presente no programa do espetáculo e ficará disponível em QR code para a plateia”, explica Taciano. “Em algumas cenas, o público será convidado a abrir o arquivo e ler junto com a gente o que foi narrado pelos jornais.”

“Esses periódicos foram fundamentais para entender como tudo se dava, porque foi por meio das manchetes que tivemos acesso aos nomes dessas mulheres, suas personalidades e a essas histórias tão tristes”, comenta.

“Outra questão dessa pesquisa são as ISTs, infecções sexualmente transmissíveis vinculadas à presença das prostitutas e registradas em fichas de cadastro de saúde, que também vamos distribuir para a plateia. São documentos em que constam nome, origem e em que o termo ‘deflorada’ é usado para se referir à primeira vez das vítimas”.

O projeto, em parceria com a companhia de teatro argentina García Sathicq, tem apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), além da Fundação Nacional de Artes (Funarte) e do Fondo de Ayudas para las Artes Escénicas Iberoamericanas – IBERESCENA.

A Mostra Lucia Camargo é apresentada por Banco do Brasil, Sanepar e Tradener - Comercialização de Energia, com patrocínio de EBANX, Banco CNH Industrial e New Holland, ClearCorrect, Copel – Pura Energia, Brose, UNINTER e GRASP.

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Serviço

“Cabaré Chinelo”

Mostra Lucia Camargo – 32º Festival de Curitiba

Datas: 2 e 3 de abril, às 20h30

Local: Teatro Zé Maria

Classificação: 18 anos (contém cenas de nudez)

Duração: 100 min

Gênero: musical

Ficha técnica

Direção: Taciano Soares

Co-direção: Jazmín García Sathicq

Dramaturgia: Eric Lima e Taciano Soares

Elenco: Allícia Castro / Ana Oliveira / Andira Angeli / Bruna Pollari / Daphne Pompeu / Eric Lima / Fernanda Seixas / Julia Kahane / Sarah Margarido / Taciano Soares / Thayná Liartes / Vanja Poty / Vivian Oliveira

Stand-in's: Amanda Magaiver / Grazi Dias / Iely Costa / Naomi Tokutomi

Direção musical e Coreografia: Eric Lima

Banda e Arranjos: Guilherme Bonates / Stivisson Menezes / Yago Reis

Assistência de direção: Carol Santa Ana / Eric Lima

Assistência musical: Guilherme Bonates / Sarah Margarido

Preparação corporal: Viviane Palandi

Preparação vocal: Krishna Pennutt

Cenografia: Juca Di Souza

Figurino: Melissa Maia

Iluminação: Tabbatha Melo

Operação de luz: Lore Cavalcanti

Maquiagem e Cabelo: Eric Lima e Taciano Soares

Bilheteria e técnica de palco: Titto Silva

Pesquisa histórica: Narciso Freitas

Fotografia e vídeo: Hamyle Nobre / Rudá Marques

Identidade visual: Eric Lima

Produção: Ateliê 23

Foto: Hamyle Nobre - Ateliê 23

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